Pisos táteis em ambientes externos: cuidados essenciais

20/08/2025 | Leitura 5 min

A acessibilidade urbana representa ainda um dos maiores desafios dos espaços urbanos. Além da viabilização de projetos acessíveis em si, outro aspecto está deixando a desejar: os cuidados e as devidas manutenções dos elementos instalados. 

Nesse sentido, entra em cena um item de suma importância para projetos que englobam a acessibilidade: os pisos táteis. Além de instalar esse tipo de piso, é primordial realizar a manutenção correta, os reparos e ter cuidados para aumentar a vida útil desse elemento. 

Assim, mais do que uma obrigação legal, a aplicação correta dos pisos táteis é uma questão de cidadania, dignidade e inclusão social. Para que esses recursos cumpram seu papel, é preciso atenção especial a diversos aspectos, como instalação, ao material utilizado e à manutenção contínua.

Dessa forma, hoje elaboramos um material específico sobre os cuidados envolvendo pisos táteis em ambientes externos. Vamos ver quais são eles? 

O que são pisos táteis e como funcionam?

Primeiramente, você sabe qual é a finalidade de um piso tátil? Esse elemento consiste em uma superfície com relevos que podem ser percebidos tanto com os pés quanto com o auxílio de bengalas longas, utilizadas por pessoas com deficiência visual. 

Criados no Japão na década de 1960, esses pisos se tornaram referência mundial em acessibilidade, sendo hoje obrigatórios em diversos países.

Eles têm como função transmitir informações sobre a rota, indicando caminhos seguros, mudanças de direção ou a necessidade de atenção. No Brasil, são utilizados principalmente em calçadas, estações de metrô, terminais rodoviários, praças, escolas, hospitais e outros ambientes de grande circulação.

Basicamente, existem dois modelos básicos de piso tátil:  

  • Piso tátil direcional: possui faixas em relevo linear, em formato de barras paralelas. É usado para indicar rotas acessíveis e guiar o deslocamento. Pode ser encontrado em calçadas, plataformas e corredores longos; 
  • Piso tátil de alerta: formado por relevos em formato de bolinhas (esferas), alerta para situações de risco ou mudança de direção, como início e fim de escadas, bordas de plataformas e travessias.  

A combinação desses dois tipos cria um sistema de comunicação universal, que auxilia na orientação e garante mais segurança para pessoas com deficiência visual.

Por que os pisos táteis são indispensáveis em ambientes externos?

Agora vamos falar especificamente sobre o uso dos pisos táteis em ambientes externos. Nesses locais, é indispensável o uso tanto do piso tátil direcional como do piso tátil de alerta. 

Até porque ambientes externos oferecem desafios muito maiores do que áreas internas. Nas ruas, praças e calçadas, as pessoas precisam lidar com obstáculos como:

  • Veículos;
  • Desníveis;
  • Buracos;
  • Postes;
  • Árvores;
  • Lixeiras;
  • Vendedores ambulantes;
  • Bicicletas;
  • E até situações imprevistas, como obras.

Nesse cenário, o piso tátil desempenha funções vitais, como:  

  • Orientar rotas seguras em meio ao ambiente caótico urbano;
  • Prevenir acidentes ao sinalizar pontos de risco, como escadas ou cruzamentos;
  • Oferecer autonomia para pessoas com deficiência visual circularem sem depender constantemente de ajuda;
  • Fortalecer a inclusão social, permitindo a participação plena em atividades cotidianas;  
  • Atender às legislações de acessibilidade, evitando sanções legais e promovendo boas práticas.

Ou seja, o piso tátil é muito mais do que um detalhe estético ou técnico: ele é um componente essencial de mobilidade urbana inclusiva.

O que a legislação brasileira diz sobre pisos táteis?

No Brasil, os pisos táteis são obrigatórios em espaços públicos e privados de uso coletivo, conforme a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei n.º 13.146/2015). Além disso, a ABNT NBR 9050 estabelece regras específicas para sua aplicação.

Nesse sentido, veja alguns pontos importantes da norma:  

  • Contraste de cor: deve haver contraste entre o piso tátil e o piso adjacente, para facilitar a visualização por pessoas com baixa visão;
  • Dimensões mínimas: a faixa direcional deve ter largura mínima de 30 cm, podendo chegar a 60 cm em locais de grande fluxo;
  • Localização correta: pisos de alerta devem estar em escadas, rampas, plataformas, travessias e áreas de transição;
  • Superfície antiderrapante: obrigatória para reduzir riscos de quedas, especialmente em ambientes externos sujeitos à chuva;
  • Continuidade da rota: o caminho deve ser contínuo, sem interrupções bruscas ou desvio para obstáculos.  

Seguir essas normas é essencial para garantir que o recurso realmente funcione e não se transforme em um problema adicional. Assim, o uso em conjunto do piso direcional e tátil é algo básico quando falamos em acessibilidade em áreas externas. 

Outro ponto importante é que existem leis estaduais e municipais sobre o tema. Deste modo, você também precisa observar as leis da sua região! Mas claro que o objetivo é promover a acessibilidade e igualdade e não apenas “cumprir com a lei”!

Cuidados essenciais para aplicação em ambientes externos

Depois dessa breve explicação sobre pisos táteis, vamos entender quais os cuidados você deve tomar em relação a esses elementos. O primeiro ponto envolve a instalação correta do piso. 

Escolha do material adequado  

O material precisa ser resistente a intempéries e ao alto fluxo de pessoas. Entre as opções mais usadas, podemos citar o PVC e o concreto, que oferecem alta resistência e possuem baixo custo de manutenção. 

Contraste de cor  

O contraste é indispensável para pessoas com baixa visão, pois o piso tátil também atende esse grupo de indivíduos. Assim, tons de amarelo e laranja são os mais utilizados, pois oferecem alta visibilidade em relação a pisos cinzas ou escuros.  

Instalação correta  

O piso direcional deve levar a destinos reais, como entradas, bilheterias, elevadores ou travessias e nunca terminar em frente a paredes, postes ou obstáculos. Já o piso de alerta deve ser usado apenas em locais de risco, para não confundir o usuário.  

Manutenção periódica  

Nos ambientes externos, os pisos táteis sofrem desgaste pelo sol, chuva e sujeira. Pensando nisso, alguns cuidados indispensáveis envolvem:

  • Troca imediata de peças quebradas ou soltas;
  • Limpeza frequente, evitando acúmulo de areia, folhas ou óleo que reduzem o relevo;
  • Revisão de desgaste, pois relevos gastos dificultam a percepção pelo toque.  

Exemplos de aplicação correta  

  • Estações de transporte público: metrôs e terminais com rotas táteis contínuas que levam à bilheterias, plataformas e saídas;
  • Calçadas acessíveis: rotas livres de obstáculos com piso direcional e alertas em esquinas;
  • Praças e parques: integração com áreas de lazer e banheiros adaptados;
  • Escolas e universidades: garantindo acessibilidade em pátios e áreas de convivência.  

Problemas a serem enfrentados

Apesar das normas, ainda é comum encontrar erros em ambientes externos. Confira alguns exemplos frequentes:  

  • Pisos que terminam em postes ou paredes;
  • Contrastes de cor insuficientes ou inexistentes;
  • Peças soltas que se tornam risco de queda;
  • Instalação em locais inadequados, confundindo o usuário;
  • Falta de manutenção, deixando o piso gasto ou escorregadio.  

Esses problemas não apenas inviabilizam a função do piso tátil, como também colocam em risco a vida de quem depende dele para se orientar.

Considerações finais

Os pisos táteis são instrumentos fundamentais para a promoção da acessibilidade e inclusão em ambientes urbanos. Quando aplicados corretamente, garantem segurança, autonomia e dignidade para pessoas com deficiência visual. 

Porém, sua eficácia depende diretamente de cuidados na instalação, no material utilizado e na manutenção constante.

Portanto, investir em pisos táteis de qualidade em ambientes externos não é apenas cumprir uma lei, mas assumir o compromisso com a igualdade e segurança. Se você quer começar a investir hoje mesmo em um projeto acessível ou ajustar o seu projeto atual, conte com a ajuda da Estrutural Acessibilidade

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